Os dados do consórcio Monitor da Violência apontam que uma mulher é morta no Brasil a cada seis horas, simplesmente por ser mulher. Além dos casos que terminam com a morte da vítima, as mulheres ainda são alvos de violência física, psicológica, patrimonial, entre outras. As estatísticas mostraram um aumento acentuado no ano de 2022 e provocaram uma reação de vários segmentos da sociedade, incluindo o governo federal e estadual.

A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) aderiu à rede de proteção à mulher com a abertura da primeira Sala Lilás em um terminal rodoviário do país. Responsável também pela regulação do transporte intermunicipal de passageiros, a escolha da rodoviária, instalada no bairro do Feitosa, em Maceió, considerou o fluxo superior a 65 mil pessoas/dia, além da presença de transportadores de todas as cidades do Estado. O terminal ainda está localizado entre bairros de grande vulnerabilidade social.

De acordo com a presidente da agência, Camilla Ferraz, a Sala Lilás é uma ferramenta importante para acolher mulheres, orientá-las e encaminhá-las à rede de apoio em caso de perigo iminente. A sala funciona diariamente com atendimento presencial (8h às 18h) e on-line por meio do WathsApp (82) 98833-4250, durante 24 horas. 

Inaugurada em 14 de agosto, a Sala Lilás registrou no primeiro mês de funcionamento 35 atendimentos de casos de violência psicológica, moral e cárcere privado. Após atendimento, uma vítima foi encaminhada para abrigamento, além do direcionamento para lavratura de dois boletins de ocorrência. A equipe da Sala, formada por assistente social e advogada, ainda realizou busca ativa no Feitosa, Reginaldo, Grota do Pau D’Aarco e Piabas, por meio de grupos de convivência e medidas de prevenção. A sala também oferece grupo terapêutico com reuniões quinzenais.

A agência reguladora vem realizando ações educativas juntos a transportadores e passageiros por meio de panfletagens e abordagens no terminal rodoviário. “Os direitos das mulheres são inegociáveis e a Arsal é mais um elo na corrente de proteção às vítimas de violência do Estado”, destacou a presidente Camilla Ferraz.