13/04/2023 17:13 | Desenvolvimento Humano

Com apoio da Semudh, evento Marés de Diálogos exalta lideranças femininas de povos e comunidades tradicionais

Cerca de 60 representantes participaram de encontro em prol da capacitação e fortalecimento das mulheres e suas comunidades


Ascom Semudh


Joanna de Ângelis / Ascom Semudh

O município de Tamandaré, em Pernambuco, entre os dias 11 e 13 de abril, sediou o Marés de Diálogos: Inserção e visibilidade das Mulheres e seus Territórios na Plataforma de Territórios Tradicionais, evento que contou com apoio da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas (Semudh). 


Além do fortalecimento das lideranças femininas de comunidades tradicionais de diversos estados brasileiros, o objetivo do encontro é a capacitação das mulheres para utilização da Plataforma de Territórios Tradicionais. Criada em 2019, a Plataforma é um ambiente online que tem o intuito de reunir e sistematizar informações georreferenciadas sobre os territórios de todo o Brasil, reconhecidos oficialmente ou não. 


Ana Paula dos Santos, organizadora do evento, assessora técnica da Semudh, pesquisadora e representante da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, destacou as expectativas de encaminhamentos do encontro. “Este evento tem o objetivo de dar visibilidade, reconhecimento e inserção das mulheres dentro da Plataforma, lembrando que não só inserir as mulheres, mas sim as comunidades das quais essas mulheres fazem parte, fortalecendo cada vez mais a participação delas, dando visibilidade a cada atividade da comunidade tradicional e trazer também o diálogo de outros estados para fazer parte deste momento. O encaminhamento é sair daqui e dar continuidade ao projeto Marés de Diálogos”. 


O encontro foi organizado pela Rede dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil (Rede PCTs) e Rede de Mulheres Pescadoras Costa dos Corais, em parceria com os Projetos Territórios Vivos e Conexão Água do Ministério Público Federal - MPF, e, além da Semudh, conta com apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Projeto Jovens Protagonistas, do ICMBio e Reserva Extrativista Marinha (Resex) Lagoa do Jequiá. 


A capacitação das lideranças também busca transformar as comunidades presentes em agentes de mobilização, contribuindo com a quebra da invisibilidade dos grupos e criando uma base de dados atualizada e confiável, a partir das informações dos próprios membros de cada região. 


Adriana Lima, mulher caiçara do litoral sul de São Paulo e conselheira nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais, enfatizou a relevância do encontro como estratégia de união e promoção dos direitos. “Participar dessa oficina e contribuir na própria organização e execução, está sendo muito importante por ser um projeto pensado pelos povos tradicionais e queremos muito que dê certo. E pra ele dar certo, precisa que o maior número de povos e comunidades tradicionais, mulheres e a juventude, se apropriem dessas informações. A Maré de Diálogos vem exatamente ao encontro dessa proposta de multiplicar essas informações e de fazer chegar aos diversos territórios onde nós estamos atuando”. 


No total, estiveram presentes cerca de 60 mulheres oriundas de povos indígenas, quilombolas, caiçaras e ciganos, entre outros. Esses grupos contribuíram e enriqueceram o evento, pois auxiliaram na construção de novos canais de integração, parcerias e garantia dos seus direitos, protegendo suas identidades e a perpetuação do legado de suas raízes.