04/02/2023 09:27 | Segurança

Seu Edval: uma família na PM

Aos 74 anos, pai relembra trajetória ao comemorar conquistas dos quatro filhos militares


Seu Edval manteve o sonho em construir uma família na briosa

Marco Antonio


Wellington Santos

Edval Lima da Silva, 74 anos, serviu por mais de 30 anos nas fileiras da Polícia Militar de Alagoas e chegou a tenente, antes de se aposentar. Ele era só alegria nas celebrações do aniversário da PM.  “Fui até delegado e servi nesses trinta anos no caminho reto, sem uma punição sequer durante esse tempo”, orgulha-se. “Saí como um ficha-limpa”, completa Edval.


E se o orgulho do currículo o deixa emocionado, imagina isso com quatro filhos que seguiram a carreira militar. Edval não cabia em si nas comemorações dos 191 anos, ao lado de três dos quatros filhos que deram prosseguimento à carreira na caserna: “Ver todos os meus filhos seguindo minha carreira, poxa, que alegria!”, informa, ao apresentar os filhos Edval, Leidiane e Leilia, ao lado do pai e também presente às celebrações de aniversário.


O filho Edval Lima da Silva Júnior, 44 de idade e 22 de polícia,  é taxativo: “Segui o exemplo do meu pai, um orgulho, sempre dentro da lei e fazendo o melhor para a sociedade”, resume o filho mais velho de Edval, atual capitão PM.

 

A Capitã — e a mais emotiva do clã com os olhos sem conseguir segurar as lágrimas ao olhar para o pai —, Leidiane Santos da Silva diz a razão de também seguir a carreira de Edval: “Meu sonho sempre foi ser policial militar desde pequenininha. Quando andava com meu pai nos quartéis, achava lindo aquilo, a farda. O exemplo que ele sempre levou para casa de servir me motivava. E aos 18 anos realizei este sonho. É uma honra levar em frente esta profissão e o nome de meu pai”, ressalta Leidiane.


“Sempre dizia comigo se eu não fosse policial militar, a outra profissão seria a de policial militar”, completa Leidiane, que revela ter se formado em Direito, mas não quis ir adiante. “Na crise que a PM passou há alguns anos, vi meu pai ir pescar para nos garantir a sobrevivência. Nos momentos difíceis que o Estado passou com até seis meses sem receber os proventos, ele nunca reclamou, mesmo passado dificuldades que outras pessoas passaram”, relembra Leidiane, ao emocionar-se, relembrando o período de 1997, quando o Estado entrou em uma crise financeira.

Na condição de capitã, Lediane atualmente é instrutora da Academia de Polícia Militar e do Centro de Aperfeiçoamento de Praças na instituição. A outra filha, também militar, Leilia Andrea Santos, tem 20 anos de polícia, e lacônica, diz. “O exemplo da conduta de meu pai me motivou a seguir, nunca pensei em outra profissão também. Se eu não fosse polícia, não seria feliz, como minha irmã disse. É só agradecer”, afirma Leilia, ao abraçar o pai, a irmã e o irmão.  


E para não fugir à tradição militar da família, a outra filha de seu Edval é sargento, mas esta é do Corpo de Bombeiros Militar.