Sesau encerra Janeiro Roxo com seminário sobre a hanseníase
Evento destinado aos técnicos municipais e estaduais aconteceu no auditório da Unit, em Maceió
A hanseníase é caracterizada por manchas na pele que podem ser indolores
Carla Cleto / Ascom Sesau
Ruana Padilha / Ascom Sesau
Com o intuito de conscientizar profissionais de saúde sobre a campanha Janeiro Roxo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizou, nesta segunda-feira (30), o Seminário Estadual sobre a Luta Contra a Hanseníase. A ação, destinada aos técnicos municipais e estaduais de Saúde dos 102 municípios alagoanos, ocorreu no auditório I do Centro Universitário Tiradentes (Unit), no bairro Cruz Das Almas, em Maceió.
A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, enfermeira Itanielly Queiroz, explicou que a doença é tratável e que é preciso estar alerta aos sintomas para um diagnóstico precoce. “É um diagnóstico fácil, porém complexo, pois há muitas nuances. Por isso, a Sesau sempre está realizando capacitações, cm o intuito de deixar os profissionais em alerta e melhorar ainda mais a sensibilidade dos colaboradores para revertermos essa situação nos diagnósticos na Referência, quando deveriam ser identificados na Atenção Básica. Não queremos pacientes diagnosticados e tratados tardiamente e, principalmente, com incapacidade”, enfatizou.
A coordenadora esclareceu que a doença atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos e tem capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo causar danos irreversíveis, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado. “É uma doença crônica, que evolui de forma muito lenta. O paciente que inicia a doença hoje e leva cinco, dez, quinze ou vinte anos sem o diagnóstico preciso, vai piorando e comprometendo cada vez mais a saúde, pois é uma doença que afeta os nervos. Então, uma vez que o nervo é lesado, ele não se reconstitui. As sequelas que ficam nos pacientes que não tiveram um diagnóstico precoce são de incapacidades físicas, ou seja, mãos e pés em garras, perfuração de palatos, septo e não possuem força muscular nos olhos. São sinais e sintomas que de fato ficam visíveis e são discriminatórios e incapacitam os portadores”, destacou.
Em Alagoas, de acordo com dados epidemiológicos do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, foram diagnosticados 259 casos da doença em 2021 e 251 no ano passado. Mas, segundo Itanielly Queiroz, os dados não significam que a doença esteja regredindo no Estado. "Estamos encerrando a campanha Janeiro Roxo, mas as atividades continuam o ano todo. Esse é um momento para fazermos a intensificação das ações, mas elas acontecem durante todo o ano”, disse.
A hanseníase é uma doença crônica, infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Durante o evento, os participantes puderam acompanhar palestras sobre o “Perfil Geral da Hanseníase no País e no Mundo”; “Informações Epidemiológicas da Doença no Estado” e o “Protocolo Clínico de Diretrizes de Tratamento (PCDT)”. Além de participarem da I Mostra de Experiências Exitosas referentes à doença.
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