19/04/2023 12:35 | Segurança

Segurança aciona Plano de Defesa do Estado para garantir tranquilidade em escolas alagoanas

Cúpula da segurança afirma que trabalho preventivo interceptou e identificou responsáveis por disseminação de mensagens de possíveis ataques a escolas


O plano foi apresentado em entrevista coletiva na Academia de Polícia Militar

Pei Fon


Fábia Assumpção / Agência Alagoas

O secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, anunciou nesta quarta-feira (19), que o Plano de Defesa do Estado está sendo acionado para garantir a segurança das escolas públicas e privadas de Maceió e de todo o Estado, diante de ameaças de ataques veiculadas em redes sociais nas últimas semanas. O plano foi apresentado em entrevista coletiva na Academia de Polícia Militar, com a participação do subcomandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Gerônimo Nascimento; do secretário de Estado da Educação, Marcius Beltrão, e do delegado de Crimes Cibernéticos da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), Sidney Tenório.

 

“Inicialmente, é preciso esclarecer que não temos onda de violência nas escolas em Alagoas.  Tivemos ameaças veiculadas pelas redes sociais, mas nenhum ato praticado contra as unidades de ensino. E todas essas ameaças e respectivos autores foram identificados”, reforçou Flávio Saraiva.

 

Uma das primeiras apreensões e prisão feitas por essas ameaças foi de três irmãos, um homem de 23 anos e dois menores gêmeos, de 16 anos, que, quando foram atingidos pelas investigações policiais, alegaram que eram apenas “trolagens”. “Isso é bem o perfil de quem está propagando essas mensagens”, afirmou o secretário, alertando que essas pessoas podem responder e serem penalizados pelos crimes de ameaça, incitação ao crime, apologia ao crime ou associação criminosa, além de crimes previstos no Estatuto do Desarmamento.

 

Saraiva acrescentou que a prevenção sempre é o foco da segurança nas escolas, com a ação do Batalhão Escolar, e não há registro  de eventos de violências nas unidades de ensino. Explicou ainda que o plano de ação é periodicamente acionado para enfrentamento de situações de violência, em casos de domínios de cidade. “E como hoje há questão da segurança nas escolas, vamos acionar esse plano para estarmos no perímetro das escolas, diante das supostas ameaças divulgadas nos últimos dias pelas redes sociais”, explicou.

 

“Qualquer ameaça que seja efetivada, que não acreditamos que isso irá acontecer, estaremos prontos para enfrentar. Temos um aplicativo chamado Kimera, que localizamos em tempo real todas as nossas viaturas policiais, por meio do rádio digital. Então, temos a perfeita visualização de todo nosso plano de defesa e temos condições de bloquear qualquer possível ameaça, intervenção e mobilidade muito rápida”,  observou o secretário.

 

Todo efetivo da Polícia Civil e da Polícia Militar, inclusive os recém-chegados da Polícia Militar,  e pessoal administrativo, foi mobilizado para assegurar as seguranças nas escolas.  “O grande objetivo de acionar o Plano de Defesa é que teremos todo nosso efetivo pronto para interromper qualquer fluxo de ameaça”, disse o secretário.

 

O subcomandante da Polícia Militar de Alagoas, Gerônimo Nascimento, explicou que no protocolo de segurança da PMAL as viaturas já se encontravam nas ruas com foco mais voltado aos crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) e tráfico de drogas. “Então, quando surge um fato novo, como a onda de ameaças às escolas, nós podemos redirecionar. O protocolo definido pelo governo foi para iniciarmos um processo de aproximação da Polícia Militar nas escolas, com rondas e paradas em pontos próximos a escolas, com o objetivo de ampliar a presença da segurança públicas nas escolas, justamente para retomar essa sensação de segurança, que foi sendo perdida diante da disseminação dessas ameaças”, observou o subcomandante.

 

Ele salientou que a PMAL vem realizando visitas às escolas, conversando com professores e diretores. “Temos levado a mensagem que a segurança está sempre do lado, temos dois telefones que podem ser acionados, que é o 190 e 181, para atender a qualquer tipo de chamado”.

 

O secretário de Estado da Educação, Marcius Beltrão, disse que o incidente na creche em Blumenau gerou uma mobilização em nível de Brasil para reforçar a segurança nas escolas.  Por determinação do governador Paulo Dantas, foram adotadas algumas medidas pela Secretaria de Educação, em conjunto com os órgãos de segurança. Uma das primeiras medidas foi a determinação para os gerentes das 13 Regionais de Educação, que reúne 300 escolas, desabilitarem os comentários dos perfis das redes sociais, onde estavam nascendo as ameaças, o que resultou a redução dessas postagens”,  adiantou o secretário, salientando que o trabalho da Polícia Militar e de  investigação da Polícia Civil foram  fundamentais para redução da disseminação de mensagens de ameaças de ataques às escolas. “Alagoas está realmente num ambiente calmo e queremos agradecer aos pais que têm colaborado para acompanhar o comportamento dos seus filhos”, afirmou o secretário.

 

O delegado da DEIC, Sidney Tenório, disse desde que surgiu a onda de criação de perfis com ameaça de ataques a escolas, a Polícia Civil começou a investigações, num trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça, que teve reunião virtual com as chefias das Delegacias de Crimes Cibernéticos dos 27 estados brasileiros.  “Infelizmente, em Alagoas, houve uma onda de criação de perfis falsos com ameaças a escolas na semana passada, chegou até de 10 a 15 perfis investigados por dia, tanto pela DEIC como a gerência de inteligência. No entanto, não houve nenhum registro de ameaças a escolas em Alagoas nessas conversas”, adiantou Sidney.

 

Segundo Sidney, o que houve em Alagoas foi a criação de perfis falsos, o que resultou na  condução de 21 pessoas, entre adultos e adolescentes, à delegacia para investigação; e a apreensão de 25 dispositivos eletrônicos, entre computadores e celulares, usados para disseminar esse tipo de mensagem.  “Um adolescente está recolhido, porque havia fortes indícios de que ele poderia efetivar um ataque a escola”, adiantou Sidney. “Ainda temos também três casos na DEIC que surgiram essa semana e que estão sendo investigados”.