Samu Alagoas realiza mais de 6 mil atendimentos cardiológicos em 2023
Dados foram divulgados nesta sexta-feira, por meio do Núcleo de Estatística do órgão
Agilidade no atendimento do Samu Alagoas foram decisivas para salvar a vida dos alagoanos como a dona de casa Deurene Germano
Arnaldo Santtos / Ascom Sesau
Arnaldo Santtos / Ascom Sesau
Profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas realizaram 6.275 atendimentos relativos a problemas cardiológicos em 2023, uma média um pouco maior que 17 casos por dia. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16), por meio do Núcleo de Estatística do órgão, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), no Brasil, cerca de 300 mil pessoas morrem por ano vítimas de parada cardíaca, que tem como causa principal, o infarto agudo do miocárdio. Nessa estatística estão inclusos dor no peito, parada cardíaca, ressuscitação cardiorrespiratória, desmaio, arritmias e outros agravos.
De acordo com o cardiologista do Samu, Rodrigo Nicácio, a parada cardíaca é caracterizada pela perda da consciência, inexistência de respiração e batimentos cardíacos da pessoa. Ele ressalta que, diante deste quadro, quem estiver próximo à vítima, deve pedir ajuda imediatamente, através do número 192. “Ouvir atentamente as instruções do médico e iniciar compressões torácicas, conhecidas como massagem cardíaca, vai reduzir a crise e pode salvar a vítima”, orientou o cardiologista do Samu, Rodrigo Nicácio.
Ele explicou que se houver um desfibrilador (aparelho usado para restabelecer o ritmo cardíaco) no local onde a pessoa sofreu a parada cardíaca, ele deve ser solicitado e utilizado na vítima imediatamente. "Esse equipamento está à disposição da população, geralmente, em shopping, shows, eventos, ou seja, em lugares com grandes aglomerações de pessoas. Mesmo na dificuldade e emoção que costumam estar envolvidas numa ocorrência de uma parada cardíaca, é fundamental manter a calma e ouvir as orientações do médico regulador do Samu, além de pedir ajuda de pessoas próximas", recomendou o cardiologista.
Rodrigo Nicácio disse
ser prudente, também, deixar alguém na porta da casa ou do prédio onde a
pessoa infartada está para facilitar o acesso das equipes do Samu. "É
fundamental, também, que a compressão torácica seja mantida por pessoas que
estão próximas, até a chegada das equipes de socorro, com a troca de quem está
fazendo o procedimento, porque requer esforço físico de quem está
fazendo", afirmou o cardiologista do Samu Alagoas.
Arritmia Cardíaca
Quem foi socorrida pelo Samu e
agradeceu a rapidez com que foi atendida foi a dona de casa Deurene
Germano Borges, de 58 anos. “Agradeço primeiro a Deus e segundo ao humanismo, profissionalismo
e agilidade que o dr. Ewerton Soares e toda a equipe do Samu, da UPA,
além do pessoal do HGE, prestaram a mim, no dia 13 de
janeiro deste ano, quando sofri uma crise forte de arritmia cardíaca”, relatou.
Dona Deurene explicou que o primeiro atendimento
foi prestado na UPA Santa Maria, no conjunto Santos Dumont. “Ao chegar na unidade
para transferir outro paciente, o dr. Ewerton percebeu a gravidade do
meu caso e fez o possível, junto com a regulação do Samu, para que eu
também fosse transferida para o HGE. Posso dizer que o seu olhar
humano e o pronto atendimento foram essenciais para que hoje eu
possa estar contando a história e me recuperando a cada dia mais”,
completou dona Deurene.
A Cada Minuto
Ele frisou que parada cardíaca é a
maior emergência médica, pois precisa de intervenções imediatas, inclusive por
leigos que estejam próximos da vítima. Isso porque, a chance de sobrevivência
reduz em 10% a cada minuto se nada for feito, como as compressões torácicas e o
uso do desfibrilador.
Dentro da formação do socorrista, no
Curso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), existe um dos módulos em que se
discutem os atendimentos cardiológicos. "Este ano iremos intensificar
cursos de atualização do tema, através do Núcleo de Educação Permanente (NEP),
para que os profissionais possam se qualificar, mais ainda. Com isso, eles
estarão preparados para realizar um atendimento mais qualificado e salvar mais
vidas", destacou o coordenador médico do Samu, Adriano Belo.
“As emergências cardiológicas são um
problema de saúde pública, por serem as que mais matam no mundo. Por
isso, a importância de orientar a população como proceder, adequadamente,
para que o Samu possa salvar mais vidas, que é o objetivo principal dos
socorristas", destacou a coordenadora geral do Samu, a enfermeira Beatriz
Santana.
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