Projeto Lê-Berdade gera impacto positivo na vida de apenados do sistema prisional alagoano
Retorno do projeto, após pandemia, preencher tempo de apenados e permite remissão de pena: redução do tempo de reclusão por cada período no projeto
Retomado na semana passada, após o período mais crítico da pandemia ficar para trás, o Lê-Berdade avança e deve contemplar mais pessoas privadas de liberdade nos próximos meses.
Ascom/Seris
Regina Carvalho
Nas unidades prisionais de Alagoas um projeto que leva leitura impacta positivamente a vida dos apenados. A mudança é perceptível e chama a atenção de gestores que acompanham todo o processo. Retomado na semana passada, após o período mais crítico da pandemia ficar para trás, o Lê-Berdade avança e deve contemplar mais pessoas privadas de liberdade nos próximos meses.
“Esse Projeto Lê-Berdade beneficia nesse momento reeducandos nos módulos um e dois do Presídio Baldomero Cavalcanti, onde eles não estavam tendo acesso a trabalho ou estudo. Esta é a primeira oportunidade que estão tendo de participar de um projeto, agora com o Lê-Berdade. E o que percebemos é que eles estão extremamente entusiasmados por fazerem parte”, relata a coordenadora pedagógica da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), Cinthia Pinheiro Messias, referindo-se ao período de mais intenso confinamento, provocado pela suspensão de algumas atividades, por causa da pandemia.
A pedagoga acrescenta, ainda, que o projeto “querendo ou não é um tipo de ocupação na mente deles [dos apenados], que vai dar oportunidade deles poderem participar da escola, do trabalho, de acordo com o comportamento”.
Um dos principais benefícios do projeto é permitir a redução da pena por meio da leitura, expediente legalmente denominado remissão de pena. “A gente achou que teria certo tipo de resistência em relação a eles, mas deu todo certo, eles estão bem entusiasmados e prestativos para fazerem o projeto dar certo e querem continuar. Eles realmente querem fazer o projeto andar. O primeiro impacto foi esse: a oportunidade que eles não tinham e tiveram agora. A gente percebeu que realmente eles estão querendo”, afirma Cinthia Pinheiro.
Segundo ela, o projeto foi iniciado recentemente no Baldomero Cavalcanti, com 40 apenados, mas a expectativa é beneficiar até 200 pessoas até dezembro. “Depois disso vamos a todas as unidades. Mas para isso a equipe precisa crescer. Mas, se a gente ver que tem capacidade para agregar mais, vamos pegar mais dez, mais quinze, mais vinte e com previsão que até o final de novembro e início de dezembro a gente consiga chegar a 200 internos beneficiados. Para depois disponibilizar para outras unidades. Fazer um projeto grande, com equipe maior”, finaliza.
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