Policiais militares do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) firmaram uma parceria com representantes da Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Celestino, localizada na Aldeia Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios, para promover o curso pedagógico com ênfase na prevenção à violência.

Assim como já acontece em diversas escolas do território alagoano, além de instruir sobre os malefícios das drogas, por meio de palestras lúdicas, a equipe policial busca fazer com que as crianças sejam pessoas mais sociáveis e responsáveis, buscando o incentivo à leitura, respeito aos pais ou responsáveis e à vida.

De acordo com a gerente estadual do Proerd, coronel RR Valdenize Ferreira, o objetivo da ação conjunta, que visa também alertar aos pais sobre a prevenção, é tornar cidadãos indígenas mais conscientes e que eles ajudem na promoção da cultura de paz.

“Buscaremos formar multiplicadores da ação preventiva. As crianças são o futuro do amanhã e essa capacitação vai possibilitar muitos conhecimentos sobre os prejuízos trazidos pelas drogas à saúde, à sociabilidade e ao pessoal também. Com essa conscientização, ajudaremos também na redução da criminalidade na região das aldeias, esta inclusive, já tem recebido uma atenção prioritária com o policiamento comunitário feito pelas guarnições do 10 º Batalhão da PM”, afirmou a oficial.

Ainda segundo a coronel Valdenize, as aulas devem ser ministradas por duas policiais militares indígenas, que passarão primeiro por uma formação especial. As irmãs e soldados Simone e Silvânia Mendes de Menezes, que também são integrantes da tribo Xucuru-Kariri, serão as representantes do Proerd no ambiente indígena.

“O diálogo já existente vai ser fortalecido com a formação qualificadora que o Proerd já desempenha aqui em Alagoas há mais de vinte anos. Temos salvado vidas e queremos continuar com este objetivo. Queremos ver essa criançada também dizendo NÃO às drogas”, disse a coronel Valdenize.

A parceria foi firmada após uma visita realizada pelo Proerd na unidade de ensino, na última semana. Para o pajé Celso Celestino, representante da população tradicional, o trabalho preventivo vai possibilitar mais valor à cultura indígena.

“Enquanto liderança dessa comunidade, queremos que o futuro da nossa gente não esteja envolvido ou aprenda as coisas que não vêm da nossa sociedade e que muitas vezes pode nos atrapalhar dentro das comunidades. Quero agradecer por esse trabalho excelente que vocês vêm fazer junto à escola e à comunidade, para que a gente possa educar nossos indígenas a não entrarem no mundo errado”, enalteceu o pajé, que também é o coordenador-geral do Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena do Brasil.

Alunos e profissionais da educação que atuam na unidade de ensino também elogiaram a parceria. “Quero agradecer ao pessoal da PM que trouxe o Proerd para dentro da nossa comunidade, vindo falar sobre o uso de entorpecentes ilícitos, que prejudica muito a nossa juventude e a nossa comunidade. Agradeço também pelo trabalho rotineiro que a polícia tem feito na aldeia e pela atenção de vocês com o nosso povo”, afirmou o estudante Guilherme Moura, que é do 3º ano do Ensino Médio.

“O povo Xucuru-Kariri e a Escola Indígena Pajé Miguel Celestino da Silva estão recebendo o Programa de braços abertos. É muito importante desenvolver esse trabalho com a criançada, com o jovem e com o próprio adulto, para prevenir as drogas e qualquer tipo de violência”, disse o professor e diretor da escola, Gecinaldo Soares.

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