17/03/2023 15:29 | ServiçosSegurança

Primeira Carteira de Identidade de Alagoas foi emitida há 102 anos

Do papel ao digital, acervo do órgão guarda relíquias que contam a história da identificação civil do Estado


De 1921 até hoje, processo de emissão do RG em Alagoas passou por diversas reformulações e modernizações, conferindo mais segurança e agilidade na prestação do serviço

Ascom Polcal


Aarão José / Ascom Polcal

Na semana de implantação do novo modelo da Carteira de Identidade Nacional (CIN), o Instituto de Identificação de Alagoas celebra outro grande marco histórico da identificação civil no Estado. Criado em 17 de março de 1921, o órgão completa nesta sexta-feira (17), 102 anos de existência, de prestação de serviço à população e de contribuição para a justiça e cidadania.



 

Desde a criação até hoje, o processo de atendimento e emissão do principal documento de identidade do brasileiro em Alagoas evoluiu muito. A rede de postos cresceu para 43 unidades e o layout passou por diversas reformulações e modernizações, conferindo mais segurança nas informações e maior agilidade na prestação do serviço ao cidadão.

 

Marcelo Casado, papiloscopista e chefe administrativo do Instituto de Identificação, acompanhou parte desta evolução histórica nos últimos 20 anos. Entre elas, a desvinculação da Polícia Civil, a criação da Polícia Científica, a transição do prontuário de identificação civil de papel para o modelo digital do documento e a instalação dos sistemas informatizados dos arquivos civil e criminal.

 

Essa evolução permitiu ao Instituto de Identificação de Alagoas bater recorde na emissão da carteira de identidade por vários anos. Só em 2022, o órgão aumentou em 100,84% a capacidade de produção e entrega do RG à população alagoana, emitindo 275.490 novos documentos impressos, sendo 103.450 primeiras vias e 172.040 segundas vias.

 

Era do papel

 

Fichas das primeiras pessoas que tiraram a carteira de identidade no Estado ainda constam nos livros de registro geral do órgão. Domingos de Araújo Lemos e a senhora Leia Farias de Menezes são alguns dos nomes que constam no livro 01.

 

Na época, o modelo do RG era uma caderneta de capa dura, e poucas pessoas tinham acesso ao documento. Uma delas foi o romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro Graciliano Ramos.

 

O arquivo civil físico possui mais dois de milhões de prontuários de identificação civil em papel, um acervo histórico cheio de relíquias. Uma delas é a ficha de identificação civil do então desconhecido cantor e que virou um dos maiores nomes da MPB, o alagoano Djavan.

 

Era digital

 

Recentemente, quando a foto 3x4 e a tinta nas mãos deixaram de ser utilizadas, atletas como Maurício Borges, que passou pela Seleção Brasileira de Vôlei, e os jogadores de futebol Aloísio Chulapa e Roberto Firmino tiraram a primeira carteira de identidade em Alagoas. Outra estrela mundial do esporte que também tem o RG alagoano é a rainha Marta, jogadora de futebol e embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, cujo modelo mais recente, passou a contar com a versão digital, por meio de um aplicativo no celular.



 

Na última segunda-feira (13), o Instituto de Identificação alagoano entrou em uma nova era. Mesmo, com o governo federal prorrogando o prazo para os estados se adequarem ao novo modelo da Carteira Nacional de Identidade (CIN), Alagoas conseguiu se adaptar e passou a emitir o documento, respeitando a legislação que definiu o uso do número do Cadastro de Pessoa Física como registro geral.

 

Anízio Amorim, superintendente do Instituto de Identificação, afirmou que o Estado vem investindo na modernização no processo de atendimento e emissão da Carteira de Identidade. Este ano, em comemoração aos 102 anos, o órgão pretende ampliar a rede de postos para facilitar o acesso aos serviços.

 

“Estamos desenvolvendo um projeto para instalar postos em vários municípios, para aumentar a nossa capacidade de atendimento ao cidadão. Em três meses estaremos lançando a versão cartão de policarbonato do CIN e iremos continuar levando os projetos itinerantes RG Não, Meu Primeiro RG, RG para povos tradicionais (indígenas e quilombolas) e Governo Presente para a população”, explicou o superintendente.



 

Atualmente, além de emitir milhares de carteiras de identidade diariamente, o Instituto de Identificação é responsável por outros serviços, como as identificações criminais, por emitir a Certidão de Antecedentes Criminais, popularmente conhecida como Nada Consta, e por realizar as identificações oficiais de cadáveres examinados nos Institutos Médicos Legais de Maceió e Arapiraca, por meio de exames de necropapiloscopia.