19/06/2023 18:42 | Saúde

Pancadas na cabeça devem sempre ser observadas com o máximo de atenção, alerta especialista do HGE

Dor de cabeça, perda de consciência, vômitos, convulsões são sintomas que apontam para gravidade em traumas na região


Após qualquer tipo de trauma na cabeça, o recomendado é procurar assistência médica imediatamente

Carla Cleto / Ascom Sesau


Neide Brandão / Ascom HGE

O traumatismo cranioencefálico, ou TCE como é conhecido no seguimento da saúde, é uma lesão no crânio que, geralmente, é provocada por uma pancada forte na cabeça, segundo o médico Álvaro Bulhões, cirurgião do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. De acordo com o especialista, a pessoa que sofre uma pancada na região, deve ser observada, porque o cérebro pode ser atingido, ocasionando sangramento e coágulos.


Por isso, Álvaro Bulhões orienta que após uma pancada na cabeça, é necessário verificar se a vítima passou a ter sangramento no couro cabeludo, ouvido ou rosto, além de desmaio, perda de memória, alteração na visão e olhos arroxeados. Entretanto, geralmente os sintomas que apontam para gravidade em traumas na região, são dor de cabeça, perda de consciência, vômitos e convulsões, sendo necessário procurar assistência médica imediatamente.


"O tratamento deve ser feito o quanto antes, pois quanto mais precoce forem realizados os procedimentos médicos, maiores as chances de cura e menores os riscos de sequelas, como perda dos movimentos das pernas, dificuldade de falar ou de enxergar”, pontua o cirurgião do maior hospital público de Alagoas.


O TCE pode ser causado por acidentes de carro, quedas graves e, até mesmo, devido a acidentes durante a prática de esportes. “É um evento traumático muito comum nas unidades de urgências e emergências, sendo associado a qualquer tipo de trauma, desde um acidente simples a um politraumatismo grave", salienta Álvaro Bulhões, explicando que a região cefálica é composta por pele, vasos, músculos e ossos que recobrem o encéfalo.


Chicote

O cirurgião do HGE chama a atenção para se evitar um movimento da cabeça, chamado de “chicote”, que pode provocar sérios danos ao cérebro. "Quanto temos uma desaceleração brusca e o pescoço faz o movimento de ir e vir, o cérebro sofre um choque dentro da caixa craniana, desencadeando alguns tipos de traumatismos cranioencefálicos. Por isso, temos que ter cuidado e evitar que isso ocorra", alerta. 


Quando o TCE é considerado grave, segundo afirmou o especialista, além dos danos diretos, provavelmente o paciente terá danos secundários, principalmente pela falta de oxigenação no tecido, agravando ainda mais o quadro. “É preciso se preocupar sempre que se bater a cabeça. O que trará gravidade é o mecanismo ou cinemática do trauma. Por exemplo, um acidente em casa, lavando o chão escorregadio, em que a pessoa cai para trás e bate a cabeça. Neste caso, é fundamental procurar atendimento médico e ser avaliado por um profissional médico, emergencista ou cirurgião de trauma", recomenda o médico do HGE.


Segundo Álvaro Bulhões, será o médico que irá seguir um protocolo, chamado de ATLS e, havendo necessidade, irá acionar um especialista, no caso um neurocirurgião, que avaliará a necessidade ou não de se fazer exames de imagem para um diagnóstico mais preciso. "Essas medidas fazem com que o paciente tenha uma situação de proteção e precaução para que eventos mais graves não evoluam sobre este trauma”, orienta.


O médico do HGE ainda recomenda a observar, em casos de pancadas na cabeça, dores fortes na região, perda de consciência, vômitos e convulsões. “É necessário procurar ajuda profissional e levar para atendimento médico, imediatamente. Trauma na cabeça não é besteira, é preciso ter cuidado, principalmente nos extremos de idades, as crianças e os idosos”, reforça Álvaro Bulhões.