Mulheres alagoanas superam a dependência química com a ajuda da Rede Acolhe
O programa para tratamento do Governo do Estado registrou 294 encaminhamentos em 2023
Acolhidas são exemplos de superação
Vitor Beltrão / Ascom Seprev
Everton Dimoni / Ascom Seprev
Existem mulheres que carregam a força da resiliência e da superação. Mulheres que enfrentaram dificuldades, correram riscos, mas reuniram coragem para dar uma nova direção às suas vidas. Neste Dia Internacional da Mulher – 8 de março – a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) destaca a história de mulheres vitoriosas que superaram a dependência química com a ajuda da Rede Acolhe.
Roseane Silva e Selma Barros são exemplos de superação. Cada uma a seu tempo percebeu que a vida poderia oferecer mais do que uma quantidade de droga ou uma dose de bebida. Cientes da luta que iriam travar, elas buscaram ajuda profissional e iniciaram o tratamento voluntário na comunidade acolhedora Casa Betânia, em Maceió.
“Minha história é sobre o crack, droga que conheci em 2007 e que foi a desgraça da minha vida por 15 anos”, conta Roseane. “Cheguei a me prostituir e roubar, abandonei os meus filhos por causa da droga e quase perdi a vida em uma armadilha que armaram pra mim. Precisei reunir muita força para procurar ajuda”, relata a ex-acolhida.
A dependência química também impactou a vida da Dona Selma, uma mulher de coração enorme, que abarca toda a família. Em um momento de fraqueza, Selma foi vítima do uso abusivo de álcool e sofreu com a vulnerabilidade até ingressar no tratamento e receber o apoio profissional das equipes técnicas.
“Sem ajuda, eu estaria dormindo na rua, arrasada com certeza. O que encontrei na comunidade acolhedora é amor, as pessoas têm carinho para dar e eu aprendi a amar as pessoas ao meu redor. Não quero mais beber, hoje sou uma nova pessoa”, afirmou Selma.
TRATAMENTO
Em 2023, a Rede Acolhe registrou 294 encaminhamentos de mulheres sob dependência química para comunidades terapêuticas credenciadas ao Governo de Alagoas. Atualmente, o programa para tratamento de dependentes químicos do Estado conta com 33 comunidades acolhedoras, que oferecem 750 vagas para tratamento gratuito, na capital e no interior. Homens, mulheres e até mesmo adolescentes a partir dos 12 anos podem iniciar o tratamento.
A superintendente de Políticas sobre Drogas da Seprev, Lideilma Alves, explica que, além da atenção voltada para a adicção em si, as comunidades terapêuticas trabalham a autoestima dessas mulheres, motivando-as a olhar para si mesmas e cultivar o amor-próprio, resgatando tudo o que foi perdido com o uso de substâncias químicas.
“A equipe formada por psicólogas, assistentes sociais e técnicas trabalha a reinserção social das acolhidas, bem como o amor próprio, o fortalecimento dos vínculos familiares e toda uma reestruturação da sua vida para que essa mulher não apenas abandone o vício, mas tenha todas as suas demandas sanadas, reduzindo dessa forma as chances de recaídas”, afirmou a superintendente.
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