Fonoaudiólogos do HGE alertam para os cuidados necessários para eliminar a disfagia
Distúrbio é comum em idosos, em pessoas com doenças neurológicas e indivíduos com divertículo de Zenker ou com câncer
Após o AVC, a aposentada Josefa Acioli está sendo assistida pela Fonoaudiologia para voltar a deglutir melhor
Beatriz Castro
Thallysson Alves Ascom HGE
Se você sente constantemente dificuldade em engolir alimentos e líquidos, chegando a ficar com a comida “presa” na garganta, saiba que isso não é normal. É possível que você tenha disfagia, um distúrbio em que o tratamento, conforme o fonoaudiólogo Denisson de Melo, do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, deve ser feito o quanto antes, com o auxílio da equipe da Atenção Primária do município de residência.
A disfagia é comum em idosos, em pessoas com doenças neurológicas, indivíduos com divertículo de Zenker ou com câncer. Estudos defendem que oito em cada dez pessoas com a doença de Parkinson e dois terços dos pacientes com Alzheimer podem desenvolver essa dificuldade. O risco também é grande para pacientes que sofreram algum trauma na boca ou na garganta.
“No HGE, o Serviço de Fonoaudiologia ingressa na assistência multidisciplinar, ampliando as perspectivas prognósticas, reduzindo o tempo de internação e a taxa de reinternação por pneumonia aspirativa. Isso contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos nossos pacientes e afasta o risco do alimento entrar na via aérea, o que poderia causar a tosse, a aspiração, a asfixia e problemas pulmonares”, pontuou o fonoaudiólogo.
Constatação
A aposentada Josefa Maria da Anunciação Acioli tem 78 anos e está internada na Unidade de AVC [Acidente Vascular Cerebral] do HGE, foi acometida pela disfagia. Ela lembra que, no início do mês, começou a sentir vertigem, fraqueza muscular, visão turva e perda de força nas pernas. Após receber o primeiro atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jaraguá, em Maceió, ela foi transferida para a maior unidade de Urgência e Emergência de Média e Alta Complexidade de Alagoas.
“Eu tenho pressão alta e já vinha me cuidando, até que tudo foi piorando e eu precisei do atendimento médico. Quando cheguei aqui no HGE, o pessoal me atendeu bem, me explicou o que estava acontecendo, inclusive o porquê da minha dificuldade em engolir um simples suco. Ainda bem que encontrei essa fonoaudióloga, que tem tido muita paciência comigo, fazendo exercícios para que eu volte a comer como antes”, disse Josefa, que é viúva e mãe de quatro filhos.
Para reforçar sobre a importância de identificar a disfagia e sinalizar aos profissionais capacitados a tratá-la, a equipe de Fonoaudiologia do HGE realizou espaços de diálogos entre os profissionais, que incluem: técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas. Os momentos aconteceram em diferentes setores, no objetivo de esclarecer dúvidas e conscientizar sobre a importância desse cuidado.
“A disfagia não é uma doença, é um sintoma de uma doença pré-existente e tem tratamento, envolvendo toda equipe multidisciplinar, podendo ser tratada com medicações, ajustes de consistências e volumes do alimento e até intervenção cirúrgica. Na maior parte das ocorrências, ela não traz riscos à saúde, mas a pessoa pode seguir algumas orientações para diminuir o risco, como: optar por alimentos macios, evitar alimentos secos, mastigar bem a comida, sentar de forma ereta durante a refeição e jamais se deitar após comer. A busca pelo atendimento fonoaudiológico é importante, principalmente se for necessário mais auxílio”, recomendou Denisson de Melo.
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