09/04/2024 12:04 | Agricultura

Fomento Rural investe no empoderamento produtivo de mulheres e povos originários na agricultura familiar

Programa, lançado na segunda (8) pelo governador Paulo Dantas, vai beneficiar 7.299 famílias do campo, impactando na vida de 30 mil pessoas


Secretária Aline Rodrigues explicou que fomento se torna importante para que as mulheres rurais alagoanas tenham oportunidades mais justas na produção agrícola alagoana

Thiago Sampaio / Agência Alagoas e Tatiane Bastos/Ascom Seagri


Tatiane Bastos/Ascom Seagri

O Governo de Alagoas tem investido no empoderamento da agricultura familiar, priorizando as mulheres, quilombolas e indígenas. Lançado na segunda-feira (8), o Programa Fomento às Atividades Produtivas Rurais é mais uma das políticas públicas de Estado que vai estruturar e ampliar a capacidade produtiva do campo, impactando na melhoria da segurança alimentar e nutricional e na superação da extrema pobreza. 


O Fomento Rural é executado em cooperação técnica entre as Secretarias de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) e da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Emater Alagoas, Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e Unicafes. O investimento é de R$ 33 milhões do recurso federal para a execução das atividades e vai atender 7.299 famílias, chegando a beneficiar mais de 30 mil pessoas, através de assistência técnica, com acompanhamento social e produtivo dos projetos desenvolvidos na propriedade, e da transferência direta de recursos financeiros não-reembolsáveis, pelo período de 2 anos. 


O valor será transferido em duas parcelas de R$ 2,6 mil e de R$ 2 mil, com pagamento sendo feito pelo Bolsa Família. Como critérios, as famílias a serem selecionadas, além de estar dentro do grupo prioritário - quilombolas, indígenas e agricultoras familiares -, devem estar no CadÚnico. De acordo com a Seades, atualmente são 84 mil agricultores familiares recebendo o Bolsa Família. 


A secretária de Estado da Agricultura, Aline Rodrigues, explicou que o fomento se torna importante para que as mulheres rurais alagoanas tenham oportunidades mais justas e igualitárias na produção agrícola do estado. Alagoas, de acordo com o último Censo Agropecuário (2017), conta com participação das mulheres na gestão dos estabelecimentos agropecuários acima da média nacional, chegando a 24,59%. No levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina na administração do agro no Brasil é de 19,7%. 


“A prioridade nas políticas públicas são as mulheres. O governador Paulo Dantas fez um governo majoritariamente feminino e esse programa tem como prioridade o público feminino e os povos tradicionais. Toda parte de cadastro no programa Fomento Rural é baseado no CadÚnico, onde a mulher é responsável familiar, sendo a chefe da família. Nossa intenção é que a agricultura familiar empodere as pessoas do campo, sejam elas mulheres ou homens, diminuindo o êxodo rural, fazendo com que elas consigam escoar aquilo que produzem na sua terra, gerando renda para as famílias”, destacou a secretária Aline. 


Em 2017, o Fomento Rural também foi executado e implantou 2.026 projetos produtivos. Um deles foi da mãe da Maria Helena, da comunidade quilombola Serra das Viúvas, em Água Branca. “A gente conseguiu comprar equipamentos para estruturar a área e também alguns animais, para ampliar a nossa agricultura. Nós conseguimos maior escoamento, maior produção e conseguimos também vender e poder comercializar a carne dos nossos animais. Agora as mulheres da comunidade têm autonomia, porque outras famílias também receberam. As mulheres, que eram marginalizadas e ficavam fora do debate, estão sendo protagonistas da sua própria história”, afirmou a jovem. 



O trabalho da Emater Alagoas vai fortalecer as políticas sociais e as ações de desenvolvimento rural para atender às famílias beneficiárias, apoiando na elaboração de um projeto produtivo, levando assistência técnica a apoio na comercialização da produção, ajudando na distribuição de renda. 


“A gente tem um desafio localizado num ambiente tipicamente já definido como a cultura familiar, que não é pequeno para a superação da pobreza, tentando fazer um trabalho de inclusão produtiva. Isso só será possível porque temos colegas que estão trabalhando no campo e temos um trabalho integrado com outras instituições e parceiros, como a Funai, a Unicafes e a AMA [Associação dos Municípios Alagoanos]”, destacou o presidente da Emater Alagoas, Moisés Leandro.