22/08/2023 09:11 | Tecnologia e InovaçãoEducação

Estudantes da rede estadual são premiados com desenvolvimento de startup

Projeto foi destaque no Circuito Alagoano de Startup e vai concorrer ao Inova Brasil, em Recife (PE)


Equipe trabalha para aperfeiçoar o projeto e ser premiada em evento em Pernambuco

Thiago Ataíde / Ascom Seduc


Ana Cecília Oliveira (sob supervisão) / Ascom Seduc

Com o intuito de estimular o empreendedorismo e a inovação no ambiente escolar, estudantes da escola estadual Princesa Isabel, localizada no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), criaram a primeira startup de meio ambiente da instituição. A ideia deu tão certo que a equipe já garantiu seu primeiro prêmio, o Troféu de Resiliência do Circuito Alagoano de Startup, promovido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).


Sob a orientação do professor Rafael Holanda, o projeto é desenvolvido em parceria com o laboratório de Nanopartículas da Ufal, e utiliza um método científico em que, por meio da luz, os resíduos presentes nos efluentes dos rios são degradados e tratados logo em seguida. No meio do processo, ao descobrir que suas ideias poderiam ser patenteadas, a equipe enxergou a oportunidade de transformar a iniciativa em uma oportunidade de negócio.




A ideia da startup surgiu a partir das aulas de Projetos Integradores (PI) – atividade do ensino integral com a qual estudantes buscam soluções para problemas de suas comunidades. Preocupado com as questões ambientais, um grupo de alunos começou a desenvolver um sistema de tratamento de esgoto. Foi então que o professor Rafael submeteu o projeto ao edital do Programa de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). O trabalho foi aprovado e, atualmente, 13 alunos participam da pesquisa.


A equipe, formada por estudantes de várias turmas, realizou pesquisas sobre diferentes formas de tratamento de esgoto, buscando sempre inovar. Eles desenvolveram um projeto chamado Produto Mínimo Viável (MVP), levando-o para outras empresas e startups. Neste processo, os alunos receberam inúmeras dicas e conselhos de pessoas do segmento que contribuíram para a formalização da empresa.


“Estes alunos, no ensino médio, já estão fazendo pesquisa in loco. Estão trabalhando com algo que é diferente daquilo que costumam ver em sala de aula, já que alguns ainda estão começando a adquirir conhecimentos em meio ambiente e sustentabilidade”, relata Rafael.




A empresa


A criação da empresa impulsionou o cotidiano escolar dos estudantes envolvidos. “E os resultados escolares da equipe melhoraram. Isso porque um dos pré-requisitos para participar do projeto é manter boas notas. Há também o desenvolvimento pessoal dos estudantes, levando os mais tímidos a superar  dificuldades. E as ramificações do que isso pode gerar na vida deles são imensas, principalmente para os alunos da 3ª série do ensino médio, que já estão indo para rodas de negócios e sairão daqui com propostas de emprego, visto que alguns empresários se encantaram com o projeto”, pontua o professor Rafael.


Com apenas 16 anos, a estudante Grazielle de Lima é uma das responsáveis pela pesquisa e organização da Startup. Ela conta que o projeto impactou sua vida além dos muros da escola. “Foi uma oportunidade que abriu várias portas e é realmente gratificante ver que, em pouco tempo, conquistei coisas que nem imaginava alcançar”, revela.


Gabriela também destaca que o projeto fez com que os estudantes desenvolvessem um senso de coletividade e aprendessem a trabalhar em equipe. “Temos um desafio diferente a cada dia. E, para resolvê-los, temos que fazê-lo em grupo”, ressalta a garota.


Diretora da escola, Joseane Martins, por sua vez, aponta que a participação no projeto trará um aprendizado para toda a vida. “A educação empreendedora tem conquistado força nas escolas, e as práticas relacionadas a este novo tipo de conhecimento auxiliam os estudantes para as exigências e desafios da atualidade. Diante disso, a escola estadual Princesa Isabel já se insere nas propostas inovadoras de ensino e aprendizagem”, frisa a gestora.


Próximos passos


E para fazer a empresa crescer ainda mais, a direção da escola, inclusive, já disponibilizou uma sala exclusiva para o projeto. Outras atividades incluem, ainda, o desenvolvimento da marca do negócio, a pesquisa de mercado e o aperfeiçoamento de toda a parte de identidade da empresa.


Além disso, os alunos já trabalham no sentido de garantir mais um prêmio, desta vez no Inova Brasil, que acontece em outubro, no Recife (PE), onde dez startups serão selecionadas para um processo de aceleração.