O dia 18 de fevereiro é reconhecido como o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo. A data tem o objetivo de conscientizar a população sobre os prejuízos do consumo abusivo de bebidas alcoólicas, não só para o organismo, mas também para a sociedade.

Em 2023, a Rede Acolhe, programa para tratamento de dependentes químicos do Governo de Alagoas, registrou 5.963 encaminhamentos de pessoas sob dependência química para comunidades terapêuticas acolhedoras. Deste total, 4.873 pessoas declararam fazer uso de álcool, o que representa quase 80% dos casos. Dos encaminhamentos que tiveram relação com o álcool, 4.495 foram homens, 216 mulheres e 162 adolescentes de ambos os sexos.

Vale destacar que estes encaminhamentos são com base na declaração dos usuários do serviço da Rede Acolhe. Em sua maioria, os mesmos declaram fazer uso de mais de uma substância, não sendo acolhidos tão somente pelo uso de álcool.

“Por ser uma droga socialmente aceita e de fácil acesso, o álcool sempre está presente. Contudo, é preciso ter em mente que o consumo excessivo e continuado aumenta o risco para complicações de saúde, podendo levar a danos irreversíveis. Além disso, existem os prejuízos sociais e econômicos que seus efeitos podem trazer para quem exagera na dose”, pontuou  o psicólogo especialista em dependência química da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), Junior Amaranto

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o alcoolismo como uma patologia crônica e progressiva, desencadeada pelo uso constante e desmedido de bebidas alcoólicas. O Brasil está entre os 10 países com o maior consumo de álcool do mundo e, de acordo com o Ministério da Saúde, quase 20% dos brasileiros estão entre os que bebem demais.

Segundo o psicólogo, muitos homens, mulheres e até jovens seguem um padrão perigoso no consumo de bebidas alcoólicas, e alguns hábitos acendem o alerta para os riscos de dependência. “Muita gente acredita que só vai se divertir satisfatoriamente se tomar umas doses a mais. Outra situação é a pessoa não saber o momento de parar, aquela que mesmo embriagada continua bebendo compulsivamente. São sinais que mostram uma possível tendência para a dependência química. É preciso tomar cuidado”, alerta.

Ajuda profissional

Junior Amaranto ressalta que o apoio profissional pode ser um fator determinante para quem deseja vencer a dependência em álcool e outras drogas de forma definitiva. O primeiro passo, entretanto, é reconhecer a condição de dependente e querer mudar essa situação.

“Aqui em Alagoas, a Rede Acolhe oferece tratamento gratuito e voluntário para quem se encontra dependente do álcool ou de qualquer outra droga. Ao aceitar o acolhimento, a pessoa é encaminhada para uma das 33 comunidades terapêuticas, onde receberá ajuda profissional de psicólogos, assistentes sociais e técnicos que estão preparados para auxiliá-lo durante todo o processo de recuperação”, explica.

O ex-acolhido Rodrigo Ciriaco, de Arapiraca, é um exemplo de superação. Ele destaca a importância da Rede Acolhe para a sua transformação pessoal e afirma que pretende viver o melhor da vida daqui para frente.

“O Rodrigo do passado trouxe muita tristeza para mim e para minha família. Hoje, eu sou só felicidade, amor, carinho e gratidão. Quando a gente quer abandonar o vício de verdade, a gente consegue, mas é preciso se esforçar e procurar ajuda. Graças à Rede Acolhe pude escrever uma nova história de vida”, afirmou Rodrigo.

Atendimento

Para quem busca acolhimento em uma das comunidades credenciadas ao Governo de Alagoas, o atendimento pode ser feito presencialmente em um dos três Centros de Acolhimento, localizados em Maceió, Arapiraca e Santana do Ipanema, ou agendando uma visita das equipes técnicas pelo número 0800.280.9390.

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