13/08/2021 13:56 | Covid-19Saúde

Com atendimento exclusivo à Covid-19, Hospital Metropolitano recupera mais de 2.400 pacientes

Unidade foi inaugurada em maio do ano passado e interna, exclusivamente, pacientes com a doença pandêmica; mudança do perfil assistencial possibilitará a realização de cirurgias


Carla Cleto e Catarina Magalhães


Ruana Padilha e Igor Nascimento

O Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA) - inaugurado na capital alagoana em maio do ano passado e com atendimento exclusivo para pacientes infectados pelo novo coronavírus – recuperou 2.452 pacientes com a Covid-19. O balanço dos 15 meses de funcionamento foi divulgado nesta sexta-feira (13) e revela que, neste período, 677 consultas ambulatoriais foram realizadas pela unidade, que é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Entre os pacientes recuperados da Covid-19 pelo HMA está José Joaquim da Silva, de 115 anos, natural de Maceió, que recebeu alta médica no dia 16 de junho deste ano. O aposentado centenário foi diagnosticado com a doença pandêmica após sentir alguns sintomas e realizar um teste de farmácia. Com o resultado positivo, ele procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro do Martins, que o encaminhou para o Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), onde realizou o tratamento e se recuperou.


Sua alta médica foi marcada pelo reencontro com os netos Emanuele da Silva e Daniel da Silva, que o aguardavam emocionados no último dia 16 de junho. Isso porque, antes de ser internado no HMA, José Joaquim da Silva passou por duas perdas traumáticas, que o deixaram fragilizado emocionalmente e extremamente triste, segundo relataram seus familiares.

“Ele perdeu dois filhos, vítimas da Covid-19. Por isso, para a gente foi angustiante internar a terceira pessoa da família, pois tínhamos medo de perdê-lo”, relatou emocionada a neta, Emanuele da Silva. Feliz com a alta médica do avô, ela disse ser “grata a Deus” e ao tratamento que José Joaquim da Silva recebeu da “equipe multidisciplinar do Hospital Metropolitano de Alagoas”, ressaltou.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, o Hospital Metropolitano de Alagoas foi aberto no primeiro pico da pandemia da Covid-19 e foi decisivo para o Estado não colapsar. “Estávamos em um momento de muita dificuldade, com a curva de contágio subindo, mas, felizmente, com a abertura do Metropolitano, conseguimos evitar o colapso da Rede Hospitalar Pública e, 15 meses depois, colhemos os frutos de quase 2.500 vidas salvas, graças à determinação do Governo de Alagoas e dos bravos guerreiros da saúde, que trabalham assegurando assistência qualificada e humanizada aos pacientes”, enfatizou.


Já o secretário executivo de Ações de Saúde e diretor do HMA, Marcos Ramalho, afirmou que a unidade hospitalar é altamente resolutiva e a prova está na recuperação de pacientes como o centenário José Joaquim da Silva. “Os números apresentados dizem muito do trabalho árduo que toda equipe hospitalar tem para levar um atendimento de qualidade aos alagoanos, desde o início da pandemia do novo coronavírus”, salientou o gestor.

Diagnóstico – Referência o atendimento a pacientes com a Covid-19, o HMA conta com um Centro de Diagnósticos de altíssima tecnologia, que realiza diversos exames de imagem. A unidade já realizou 3.107 tomografias, 954 ultrassonografias, 677 ecocardiogramas, 637 endoscopias, 419 colonoscopia, 2.919 exames de raios-x e 329.840 exames laboratoriais.

A unidade também possui estrutura ambulatorial para o atendimento à população, que dispõe de cirurgiões plásticos, endocrinologistas, hematologistas, infectologistas, mastologistas, neurocirurgiões, neurologistas, reumatologistas, além da assistência com psicólogos e assistentes sociais. Um dos Ambulatórios é o Pós-Covid-19, para o tratamento de pacientes que tiveram algum tipo de sequela, após estarem recuperados da doença.


O HMA também conta com o Ambulatório LGBTQIA+, onde os pacientes recebem assistência com uma equipe multidisciplinar. Outro serviço de excelência ofertado pela unidade hospitalar é o Programa Ame-se, onde as mulheres mastectomizadas, em razão do câncer de mama, tem acesso a consultas e exames, para que realizem a tão sonhada cirurgia de reconstrução mamária.

Mudança de Perfil Assistencial – E após internar, exclusivamente, pacientes acometidos pela Covid-19, o HMA se prepara para a mudança no perfil assistencial, devido à redução da curva de contágio do novo coronavírus em Alagoas e a queda da ocupação de leitos hospitalares. Com isso, a unidade passará a ser referência em procedimentos cirúrgicos nas áreas de ortopedia, neurocirurgia, vascular e cardíaca, uma vez que o equipamento de saúde conta com um parque tecnológico para exames por imagem, disponibilizando tomografias, vídeo endoscopias, colonoscopias e raios-x.


Para o diretor do Hospital Metropolitano de Alagoas, Marcos Ramalho, a expectativa é de aumentar os atendimentos na unidade hospitalar com a mudança de perfil assistencial, mas, tudo está sendo devidamente preparado para assistir os pacientes com eficiência, agilidade e humanização. “Desde a inauguração do hospital sempre buscamos qualidade no atendimento aos nossos pacientes e estamos com a previsão de dobrar o número de atendimentos ambulatoriais, além dos exames a serem realizados”, ressaltou o gestor.