Depois de 10 anos do último álbum lançado, o artista alagoano Mácleim apresenta o seu mais recente trabalho, o álbum H’Cordas, lançado no último dia 14, pelo selo Batuta em todas as plataformas de streaming de música.  O projeto tem apoio financeiro do Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), via Lei Aldir Blanc, direcionada pelo Ministério da Cultura.

Mácleim é natural de Murici, com formação acadêmica em jornalismo, porém, antes de tudo, é radialista, produtor musical, autor de trilhas para teatro e crítico musical. Ou seja, um “propositor”. Um sujeito que propõe coisas. Em 1998, Mácleim fez a sua primeira turnê pela Europa, com 28 shows em países como a França, Suíça, Alemanha, Itália e Holanda. Apresentou-se em festivais conceituados, como Festival de Utrech, Schelde Jazz Festival, Festival BD, Montreux Meets Brienz Jazz Festival e Montreux Jazz Festival.

De acordo com o artista, a primeira ideia conceitual para o H’Cordas era fazer um álbum onde apenas instrumentos de cordas fossem utilizados, a partir das próprias cordas vocais. Daí o título, onde além das cordas, subtendem-se os verbos haver e acordar.  Essa ideia foi posta em prática só até a segunda página, pois, durante o processo de gravação, algumas das canções demonstraram um apelo rítmico com tamanha intensidade, que pôs em xeque o conceito originário.

Portanto, trazer instrumentos percussivos para a cena do H’Cordas tornou-se imprescindível e o que antes teria o absoluto protagonismo dos instrumentos de cordas foi um tantinho mitigado. No entanto, a essência conceitual, pretérita, permaneceu acesa.

Mácleim afirma que a experiência de gravar à distância, imposta pela pandemia, acabou sendo um salutar aprendizado que o fez repensar clichês e dogmas técnicos, abrindo novos horizontes para outras possibilidades. Dessa forma, o resultado são canções alicerçadas na imensa gratidão à produção de Félix Baigon e a dedicação e talento de todos os músicos, artistas, técnicos e colaboradores que, cada um em sua latitude, agregaram imensurável valor ao H’Cordas.

Um dos pontos altos desse trabalho está nas participações especialíssimas de músicos como: Antonio Adolfo, Almir Medeiros, Billy Magno, Carlos Bala, China Cunha, Eduardo Morelembaum, Félix Baigon, Fernando Melo, Fernando Nunes, Luizinho Assis, Marcelo Mariano, Norberto Vinhas e Wellington Pinheiro. Além de artistas queridos como Bruna Caran, Celso Viáfora e Irina Costa, que protagonizaram algumas canções e iluminaram o H’Cordas, com timbres e cantos maravilhosos.  

O H’Cordas é uma história construída a tantas mãos, que o artista dedica a todos os músicos e artistas citados, além dos amigos e mecenas, imprescindíveis como Fernando Andrade e Pedro Advincula, os poetas e parceiros Sidney Wanderley, Pedro Cabral e Vera Garabini e, por fim, à memória das milhares de vítimas da pandemia e às criaturas que, assim como o H’Cordas, têm histórias pra cantar.