01/06/2022 17:16 | InstitucionalEducação

Arquivo Público de Alagoas premia vencedores de concursos de monografia

Durante o 44º Chá de Memória foram lançados os livros vencedores dos concursos de monografias 2018 e 2019


Secretária executiva de Integração Politica e Social Julia Casado representou o Gabinete Civil na premiação dos pesquisadores

Marcella Farias


Ascom Gabinete Civil

O Arquivo Público de Alagoas (APA) abriu as portas, na noite de terça-feira (31), ao público que foi prestigiar seu 44º Chá de Memória. Tendo como tema “Desmistificando a Pesquisa Científica”, a noite foi dedicada a palestra da escritora Eveline Athayde, autora do livro “Para que sua monografia não vire um abacaxi”, e ao lançamento das obras vencedoras dos concursos de monografias de 2018 e 2019.

Na abertura do evento, a superintendente do Arquivo Público, Wilma Nóbrega, falou sobre o compromisso do Governo de Alagoas com a perenização da memória, seja por meio da valorização dos espaços memoriais, seja por meio do incentivo à pesquisa e à produção científica que amplificam o alcance e o acesso ao acervo.

“É uma honra estar aqui em mais um Chá de Memória, que reafirma o compromisso do Governo do Estado com a memória e o acervo do Arquivo Público de Alagoas. Estamos com as inscrições do IV Concurso de Monografias abertas até o dia 24 de junho e nesta noite lançamos os trabalhos vencedores dos concursos de 2018 e 2019. São obras de diferentes áreas do conhecimento, que citam publicações do arquivo em suas referências. O prêmio estimula a pesquisa relacionada à historiografia alagoana nas mais variadas temáticas e leva esse conhecimento para a sociedade”, ressalta.

Vencedora do III Concurso de Monografias do APA, Tharcila Maria Soares Leão, foi premiada com a publicação do livro “Entre caminhos, praças e jardins – a ‘urbanização’ da vegetação em Maceió-AL no século XIX”. Doutora em Arquitetura e Urbanismo, ela destacou a diversidade do acervo do APA e sua relevância para a pesquisa sobre Alagoas.


“Uma coisa que me chamou atenção foi a riqueza de documentação que tem aqui no Arquivo Público. Se eu pegasse a mesma caixa em que eu pesquisei quatro anos atrás hoje, eu teria outro olhar sobre outras temáticas. Cada dia que eu abria uma caixa, via um novo assunto que me dava vontade de pesquisar sobre outra coisa e que abria um novo olhar e eu precisava direcionar o foco para a vegetação do século XIX, objeto da minha pesquisa”, pontua.

A pesquisadora também falou sobre a importância do concurso como estímulo à difusão da historiografia alagoana. “É gratificante para mim, Lydio e Adriana, estarmos aqui publicando esses trabalhos. Se não fosse o edital, essas monografias estariam apenas na hemeroteca, na Universidade Federal e como é bom que as pessoas tenham acesso a esses trabalhos e que isso possa abranger uma parcela maior da sociedade, que pode ver o quanto é rico o que há aqui de material, como há tanto para pesquisar sobre temáticas tão diversas que possibilitam olhares tão diferenciados sobre o estado e a cidade”, pondera.


Segunda colocada no III Concurso de Monografia, com o trabalho “Referências culturais enquanto processo histórico de ocupação no Litoral Norte de Maceió”, Adriana Guimarães comentou, no Chá de Memória, sobre sua experiência da pesquisa no Arquivo Público Alagoas.

“O Arquivo é um espaço de pesquisa muito acolhedor, que auxilia muito o pesquisador. Minha pesquisa no Arquivo foi muito rápida, prática e produtiva. O prêmio que o APA promove é um grande incentivo ao pesquisador. É muito gratificante ver seu trabalho acessível e publicado. Agradeço ao Arquivo Público a possibilidade de fazer de nossos trabalhos uma publicação referencial para outros pesquisadores”, afirma a arquiteta.

O historiador Lydio Rossiter, vencedor do II Concurso de Monografia, falou sobre a analogia temática de sua pesquisa com a atualidade, no contexto da pandemia que se estabeleceu posteriormente à conclusão do trabalho. Intitulado “Casos de Vida e Morte – ciclos epidêmicos e administração das freguesias no contexto de embate entre o regalismo e o ultramontanismo em Alagoas (1845-1875), o trabalho aborda aspectos da epidemia de cólera no século XIX.

“Quando eu fiz a pesquisa, sobre ciclos epidêmicos no século XIX, eu não acreditaria que nós passaríamos por situações tão semelhantes, infelizmente. A pesquisa que eu fiz mostra a importância de podermos nos debruçar sobre fontes que relatam coisas que são recorrentes na nossa história, mas nos mostram também que sempre é possível aprender com os percalços e melhorar como pessoas”, comentou o autor, sobre o tema pesquisado.

Sobre o acesso ao acervo do Arquivo Público, o escritor discorreu sobre a acessibilidade do acervo à sociedade. “Quanto à pesquisa em si, e pela disponibilidade do Arquivo, eu tive a oportunidade de acesso à documentação que outrora não teria. Em outra época, nós não teríamos a viabilidade de tomar conta desse acervo, agora disponibilizado ao público e aos pesquisadores. Eu também fui privilegiado pela acessibilidade às fontes primárias. Sem dúvida, alcancei essa publicação também pela rede de suporte disponível”, pontua o historiador.


Representante da Secretaria de Estado do Gabinete Civil, na solenidade, a secretária executiva de integração Politica e Social Julia Casado, deu as boas-vindas ao público presente, cumprimentou os pesquisadores vencedores dos concursos e ressaltou a importância do Arquivo como instrumento de aproximação da sociedade com a história e a memória do Estado.

“O Governo de Alagoas prima pela preservação dos valores culturais e o reconhecimento de sua cultura e história. O Chá de Memória é fundamental para que esses valores sejam difundidos para a sociedade e iniciativas como o Concurso de Monografias valorizam não apenas o acervo do Arquivo Público, como também promovem a pesquisa e a produção do conhecimento, tornando-o acessível a toda a sociedade”, assinala a secretária executiva.