A agropecuária é o segundo setor produtivo mais importante em Alagoas e impacta diretamente na geração de emprego e renda. Para dialogar com os produtores rurais da cadeia produtiva da carne de corte, as secretárias de Estado Carla Dantas (Agricultura e Pecuária) e Renata dos Santos (Fazenda), acompanhadas do presidente da Agência de Defesa e Inspeção Sanitária de Alagoas (Adeal), Otávio Tavares, participaram nesta terça-feira (5) da reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa de Alagoas. 

A pauta do encontro com os pecuaristas foi a entrada de bovinos vindos de outros estados para abate e a taxação da carne congelada. Outras demandas do setor produtivo também foram apresentadas pela Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal) e pela Associação dos Criadores de Alagoas (ACA). 

“Nosso objetivo é proteger e desenvolver o setor no nosso estado. A ideia de vir a essa reunião é salutar porque dá a oportunidade de todo mundo ser ouvido. Na gestão Paulo Dantas, o diálogo com as cadeias produtivas tem sido de extrema importância. Sabemos que essa é uma situação que está acontecendo no Brasil todo, mas precisamos proteger o nosso estado”, ressaltou a secretária de Agricultura, Carla Dantas. 

O setor produtivo local está enfrentando dificuldades com a baixa no valor da arroba do boi gordo, que varia entre R$210,00 a R$215,00. Como a produção alagoana não consegue suprir a demanda interna, o grande volume de carne que abastece o mercado alagoano vem do sul do Pará e também do Maranhão. Porém, há uma concorrência desleal de produtos mais baratos chegando de outros estados. 

“A nossa proposta é de que seja realizada uma atualização da pauta fiscal dos produtos que estão entrando no estado. Talvez faça com que o distribuidor pague um imposto mais justo para poder competir com a carne e demais produtos que são produzidos em Alagoas. Isso ajuda a incentivar o setor produtivo e gerar competitividade no mercado”, explicou o produtor rural Victor Gonçalves. 

A prática também não beneficia os consumidores finais, que acabam pagando o mesmo valor nos produtos importados e nos produtos locais; já que não há um repasse na precificação nas gôndolas dos supermercados. 

A Adeal e a Sefaz vão reforçar ainda mais o trabalho já realizado nas barreiras fiscais e sanitárias do estado, para proteger os criadores alagoanos. Um grupo de trabalho também foi criado para construir uma metodologia de pauta de tributação e benefícios fiscais, firmando uma aproximação e diálogo com os produtores rurais. 

“Nossa equipe vem trabalhando em diversas frentes para minimizar os problemas da cadeia como um todo. Além do diálogo, precisamos entender o setor produtivo agropecuário. E precisamos discutir a tributação da cadeia produtiva da carne”, afirmou a secretária da Fazenda Renata dos Santos. 

O encontro foi provocado pelo presidente e vice-presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural, os deputados Fernando Pereira e Gilvan Barros, respectivamente. “Foi importante reunir as lideranças do setor produtivo e o poder público estadual para juntos conseguir mitigar os problemas. É um problema complexo, mas que tem prejudicado os produtores que terminam seu ciclo de criação e acabam pagando para criar seu rebanho”, salientou o deputado Bruno Toledo. 

Também participaram do encontro o presidente da Faeal, Álvaro Almeida, o presidente da ACA, Domício Silva, produtores rurais e equipes técnicas da Seagri, Sefaz e Sebrae Alagoas. 

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